A origem da Igreja Metodista em Portugal resultou do
testemunho de dois leigos ingleses, Thomas Chegwin, em 1854, e James Cassels,
dez anos mais tarde. Ambos foram responsáveis pela iniciação de pequenos grupos
no estudo bíblico e na oração, adotando o modelo criado por John Wesley no seu
sistema de classes.
Em 1868 foi construída a primeira capela Metodista em Vila
Nova de Gaia, onde se celebraram os primeiros batismos infantis e cultos de
Santa Ceia. O crescimento do Metodismo, sob a liderança de Cassels, tornou-se
evidente e sucessivos apelos foram dirigidos à Sociedade Missionária Metodista,
de Londres, solicitando o envio de um missionário para orientar este trabalho.
O pedido acabou por ser atendido e um jovem ministro, Robert Hawkey Moreton,
foi enviado em 1871.
Moreton era um homem prudente, que só recebia membros após um
período de prova prolongada. Em poucos anos a Igreja Metodista edificava a
Igreja Metodista do Mirante, o seu primeiro lugar de culto na cidade do Porto,
e lançava a sua grande cruzada educacional contra a grande taxa de
analfabetismo através da abertura de Escolas Primárias. Entretanto, foram-se
afirmando os futuros líderes espirituais da Igreja, sendo o Dr. Alfredo
Henriques da Silva, que sucedeu a Moreton, o mais destacado, tendo expandido a
obra da Igreja ao longo dos anos mais favoráveis da I República.
Entre 1920 e 1940, a Igreja Evangélica Metodista Portuguesa
atravessou o seu período de expansão mais frutífero, recrutando membros de
todas as classes sociais, aumentando o número das suas Escolas Primárias e
confirmando-se como uma das mais dinâmicas e prestigiadas Igrejas Evangélicas
do País.
Durante esta era a Igreja editou várias publicações de boa
qualidade espiritual e intelectual, a mais notável das quais foi o
"Portugal Evangélico", que é, ainda, a mais antiga publicação evangélica
portuguesa em circulação.
O isolamento criado pela Segunda Guerra Mundial, uma ditadura
prolongada, a falta de continuidade de liderança quando Alfredo da Silva começou
a envelhecer e o pequeno número de Pastores, originaram uma crise de liderança,
que o Sínodo procurou resolver pedindo uma vez mais, à Sociedade Missionária
Metodista, apoio pastoral. Isto resultou no envio do Rev. Stanley G. Wood e, em
1954, do Rev. Albert Aspey, que durante 29 anos assumiu a liderança da Igreja.
Ao longo deste tempo floresceram novas áreas de trabalho, o número de ministros
aumentou, a Igreja envolveu-se no movimento ecuménico e, embora forçada a
fechar as suas Escolas Primárias, reorientou os seus programas sociais,
concentrando-os noutras áreas e tipos de serviço à comunidade, tais como projetos
de apoio às crianças e aos idosos.
Em 1984 a Igreja retornou à liderança nacional, quando o Rev.
Ireneu da Silva Cunha foi eleito Superintendente-Geral e Presidente do Sínodo.
No ano seguinte o Sínodo, numa reunião em Aveiro, tomou a decisão de que a
Igreja devia preparar-se para a sua autonomia. Com a aproximação do 125º
aniversário da chegada de Moreton ao Porto, e após uma consulta com a Sociedade
Missionária Metodista, o Sínodo de 1994 deliberou redigir os necessários
Estatutos e Regulamentos, e abordar a Conferência da Igreja Metodista da
Grã-Bretanha com vista a assumir a autonomia como Igreja Evangélica Metodista.
A 26 de outubro de 1996 assinou-se a autonomia da Igreja, tendo acontecido
nesse mesmo dia a consagração do Rev. Ireneu Cunha, como 1º Bispo da Igreja
Metodista. Chegaria assim o tempo para a Igreja Evangélica Metodista Portuguesa
entrar numa nova era na qual passou a ser responsável pelo seu próprio futuro,
honrando sempre os valores do Evangelho e a influência da visão dos seus
prévios dirigentes.
A 3 de setembro de 2001 acontece na igreja metodista do
Mirante a consagração do Rev. Sifredo Teixeira como Bispo da Igreja Metodista,
cargo que ocupa até ao presente momento.